quarta-feira, 19 de agosto de 2015

AINDA..... O QUE É A ARTE? (02)

        continuação....
O mais famoso pensador comunista italiano, Antônio Gramsci, antes de morrer na prisão fascista, declarou sua dívida para com o pensador napolitano. O comunista afirmava que gostaria de fazer com o proletariado o que Croce tinha feito ideologicamente com a burguesia. Quando Croce morreu, o jornal comunista L'Unitá também louvou o intelectual: "Foi nosso adversário, mas um adversário com quem aprendemos muito e continuamos aprendendo."
     Otto Maria Carpeaux também concordava com os comunistas, mas via no napolitano alguém com quem se poderia aprender muito mais do que crítica literária ou filosofia da história. "Podemos aprender algo da independência pessoal que era o espírito do velho liberalismo antes de ser absorvido pelo liberalismo econômico..."
      O Caderno de Sábado publica nesta página um trecho do primeiro capítulo ( "O que é a arte?) de Breviário de Estética, lançado pela última vez no Brasil em 1940, com tradução de Miguel Rua. Agora, a editora Ática republica a obra com tradução de Rodolfo Ilari Jr. e introdução do professor de literatura da USP Alfredo Bosi. Em 1966, na resenha "Croce e os mitos modernos", Bosi já demonstrava afinidades com o pensamento do napolitano. Na introdução, o professor brasileiro escrevia: " É a diferença individual que interessa à crítica de Croce. Os sequazes, os redatores de manifestos, os burocratas das escolas literárias e os epígonos longevos, causam-lhe enfado: chama-lhes servum pecus, rebanho servil. "O livro publicado pela primeira vez na Itália em 1910, é uma cruzada em defesa de que Croce chama de "teoria da arte como intuição" e logo no primeiro capítulo Croce diz a que veio, rebatendo as teorias então em voga.

Texto extraído de Caderno de Sábado "O QUE É A ARTE"
Jornal da Tarde
Data: Sábado - 24-5-97-
Jornal da Tarde pertencia ao " O ESTADO DE SÃO PAULO "

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