Ainda na França, o poeta Jacques Prévert foi roteirista de Jean Renoir e Marcel Carné, nos anos 30 e 40, tendo ajudado a criar um estilo conhecido como "realismo poético". Mais longe foi o poeta Jean Cocteau, que dirigiu três filmes, um deles A Bela e a Fera (1946), com uma das mais belas fotografias em preto e branco do cinema.
Na Inglaterra, Dylan Thomas ganhou dinheiro escrevendo roteiros e Auden acabou se envolvendo com o movimento documentarista britânico, tendo escrito comentários em versos para Coal Face (1935) e Night Mail (1936).
Griffith não haveria de ser único homem de cinema a se manter a bordo. Outros, com maior ou menor frequência, também o fariam, como o roteirista I.A.L. Diamond, um dos grandes parceiros de Billy Wilder. Num poema ele satiriza a Hollywood dos aos 40, verso de impecáveis oito sílabas e rimas alternadas, cheias de preciosismos, jogos de palavras, aliterações, só inteligíveis aos iniciados no jargão cotidiano da Meca daqueles tempos. Um deles começa assim: "Foi no ciros, e os cinelords/Louellavam com suas prendas:/ Os goldwyns eram acadawards/ Mas demille mandava nas rendas."
Entre as estrelas de cinema que escreveram e, em alguns casos, publicaram poesia, estão Rudolph Valentino, Mae West, James Stewart, Sebastian Shaw, Sarah Churchill, Marilyn Monroe, Leonard Nimoy, Klaus Kinski, Daniel Gélin, Richard Harris.
Durante a 2ª Guerra e antes de recomeçar sua carreira de ator, o capitão D. van den Bogaerde, do Regimento Real da Rainha (mais tarde conhecido como Dirk Bogarde), publicou vários poemas em revistas e suplementos literários, entre os quais o Times Literary Supplement. Um poema seu, escrito em 1943, Steel Cathedrals, evocação das estações ferroviárias à época da guerra, é uma pequena jóia.
Dos diretores, Luis Buñuel, humphrey Jennings e Andrei Tarkovsky publicaram poesia de alguma qualidade. Até David Selznick, rabiscou versos, durante 50 anos, para suas namoradas.
Coube ao crítico de teatro da revista New Yorker Herman Mankiewicz a tarefa de atrair para Hollywood muitos escritores, jornalistas e poetas (a turma do Algonquin). Com o advento do som, hordas deles foram para a costa oeste ganhar muito mais do que ganhavam em suas profissões. Nathanael West, por exemplo, havia escrito quatro romances, em uma década, e seus ganhos com eles somavam no total apenas 1200 dólares. Na RKO, ganhava 1.400 dólares por mês.
continua na próxima postagem......
Texto extraído do Jornal da Tarde
de: Sábado - 16-8-97
Jornal da Tarde pertencia ao "O ESTADO DE SÃO PAULO"
Na Inglaterra, Dylan Thomas ganhou dinheiro escrevendo roteiros e Auden acabou se envolvendo com o movimento documentarista britânico, tendo escrito comentários em versos para Coal Face (1935) e Night Mail (1936).
Griffith não haveria de ser único homem de cinema a se manter a bordo. Outros, com maior ou menor frequência, também o fariam, como o roteirista I.A.L. Diamond, um dos grandes parceiros de Billy Wilder. Num poema ele satiriza a Hollywood dos aos 40, verso de impecáveis oito sílabas e rimas alternadas, cheias de preciosismos, jogos de palavras, aliterações, só inteligíveis aos iniciados no jargão cotidiano da Meca daqueles tempos. Um deles começa assim: "Foi no ciros, e os cinelords/Louellavam com suas prendas:/ Os goldwyns eram acadawards/ Mas demille mandava nas rendas."
Entre as estrelas de cinema que escreveram e, em alguns casos, publicaram poesia, estão Rudolph Valentino, Mae West, James Stewart, Sebastian Shaw, Sarah Churchill, Marilyn Monroe, Leonard Nimoy, Klaus Kinski, Daniel Gélin, Richard Harris.
Durante a 2ª Guerra e antes de recomeçar sua carreira de ator, o capitão D. van den Bogaerde, do Regimento Real da Rainha (mais tarde conhecido como Dirk Bogarde), publicou vários poemas em revistas e suplementos literários, entre os quais o Times Literary Supplement. Um poema seu, escrito em 1943, Steel Cathedrals, evocação das estações ferroviárias à época da guerra, é uma pequena jóia.
Dos diretores, Luis Buñuel, humphrey Jennings e Andrei Tarkovsky publicaram poesia de alguma qualidade. Até David Selznick, rabiscou versos, durante 50 anos, para suas namoradas.
Coube ao crítico de teatro da revista New Yorker Herman Mankiewicz a tarefa de atrair para Hollywood muitos escritores, jornalistas e poetas (a turma do Algonquin). Com o advento do som, hordas deles foram para a costa oeste ganhar muito mais do que ganhavam em suas profissões. Nathanael West, por exemplo, havia escrito quatro romances, em uma década, e seus ganhos com eles somavam no total apenas 1200 dólares. Na RKO, ganhava 1.400 dólares por mês.
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Texto extraído do Jornal da Tarde
de: Sábado - 16-8-97
Jornal da Tarde pertencia ao "O ESTADO DE SÃO PAULO"
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