sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

SÃO PAULO........SÃO PAULO (03)


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O circunspecto inglês Mawe achou "muito aborrecidas" as brincadeiras com frutas de cera cheias de água de Colonia e que se faziam no carnaval:

.......pessoas de ambos os sexos se divertem atirando estas bolas umas às outras; a dama geralmente começa a brincadeira e o cavalheiro retribui com tal animação que o brinquedo raramente cessa antes que várias dúzias tenham sido atiradas; e os dois competidores ficam tão molhados como se tivessem sido lançados a um rio. Às vezes uma senhora atira com tal destreza uma fruta no peito de uma cavalheiro, que este se verá obrigado a trocar a camisa, pois estas frutas de cera costumam conter três ou quatro onças de água fria.
       O vestuário era despretensioso. As roupas domingueiras duravam anos: a comprida sobrecasaca e suas calças de pano de Saragoça ou de ganga amarela ou azul, o vestido de sarja de Málaga da mulher e a mantilha de casimira debruada de renda que tudo encobria. Os pobres usavam roupas simples de chita e de baeta, sobre as quais as mulheres enrolavam um simples chalé preto para a igreja. O caipira de andar vagaroso identificava-se por seu grande chapéu cinzento, poncho e calções de algodão grosseiro. Se nos dias de procissão apareciam escravos cobertos de ouro e jóias, isto talvez significasse apenas que suas senhoras estavam indiretamente satisfazendo o gosto que tinham pelos enfeites, o qual, a não ser em raras ocasiões de festas, não lhes era dado satisfazer de modo direto.
          É revelador este fato. Significa que as ruas, alamedas e praças da cidade, todas as suas áreas de circulação e reunião pública estavam de posse dos escravos (que constituíam mais de 1/4 da população) e de homens livres humildes: tropeiros, vendeiros, lavradores.
As famílias patriarcais viviam retiradas em seus sobrados. Não tinham pontos diários de reunião em público, nem passeios, nem centros de lojas, nem restaurantes elegantes, onde uma exibição premeditada de roupas e maneiras pudesse despertar a inveja entre as famílias da mesma posição e impelir as massas a imitá-las. A noite trazia consigo não o borborinho e o ofuscamento de anos anteriores, mas um movimento firme e intenso como a escuridão que se adensava:
Ambos os sexos apareciam:
......enveloppés d'une capote de laine à grand collet dans laquelle ils se cachaient la moitié du visage; les femmes portaient un chapeau de feutre sur le derrière   de leur tête, celui des hommes était rebattu sur leurs yeus....{ Les prostituées } se promenaient avec lenteur ou atendaient les chalands dans les carrefours; mais, il faut le dire, jamais eles n'abordaient persnonne. On ne les entendait pas non plus injurier les hommes ou s'injurier entre elles; à peine regardaient-elles ceux qui passaient.
                                                                       pag. 36 e 37
Texto extraído do livro: comissão do IV centenário
da cidade de são paulo
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                       continua na próxima postagem......
 

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