sábado, 31 de janeiro de 2015

CINEMA E POESIA - 02-

continuação....

        Mas essa é uma outra história. O que nos interessa aqui é a relação cinema/poesia, em todas as suas implicações, assunto que é objeto de dois livros recentes, Movie e Verse, de Philipp (London Press), e Cinema and American Poetry, de Elliot Carradine  (University of Wisconsin Press). Ambos são coletâneas  de poemas em língua inglesa que versam sobre cinema, como tema central ou marginal, escritos por poetas maiores ou menores e também por diretores, produtores, roteiristas e atores.
          Um dos mais antigos poemas provocados pelo cinema foi escrito pelo italiano Vincenzo Cocchetti e publicado num jornal romano, em 11 de abril de 1897. Também na Itália, o romancista e poeta Gabriele D'Annunzio escreveu o roteiro e os entretítulos poéticos de  Cabíria, o épico italiano feito em 1914, dando início assim a uma tradição literária nacional que desembocaria em Pasolini.
           Na Rússia, Vladimir Maiakovski esteve profundamente envolvido no cinema soviético. No Brasil, Olavo Bilac, Coelho Neto, Emilio de Menezes, entre outros, não sobreviviam apenas como jornalistas e publicitários. Faziam anúncios para o Xarope Bromil, para a Société Anonyne du Gás e para os fósforos Brilhante, como esta redondilha maior de Bilac, que lhe teria rendido cem mil réis: "Aviso a quem  é fumante:/Tanto o príncipe de Gales/Como o Dr.Campos Sales/usam Fósforos Brilhantes."
            Também escreviam para cinema. Em 1915, Coelho Neto faz o roteiro de um seriado, Os Mistérios do Rio de Janeiro, do qual só se produziu um episódio. E Olavo Bilac colabora num filme de forte cunho nacionalista, Pátria Brasileira, que trata da participação do País na 1ª Guerra Mundial.
             Appollinaire, na França, e Vachel Lindsay, nos EUA, estiveram entre os primeiros a escrever sobre as possibilidades singulares do novo meio, mas nenhum deles trabalhou no cinema, embora em 1914, Appollinaire colaborasse num roteiro nunca filmado.
              Lindsay foi dos primeiros intelectuais a publicar texto importante sobre cinema. Em 1915, lança A Arte do Filme, em que analisa o cinema em suas múltiplas facetas e mostra seu fascínio pela atriz Mac Marsh, a quem dedica vários poemas. D. W. Griffith também se meteu a poeta, antes de fazer poesia com imagens, mas seu versejar é de um pieguice patética.
              O poeta e teórico Antonin Artaud envolveu-se com o cinema experimental que se fazia na França nos anos 20. Escreveu o roteiro do filme La coquelle et le Clergyman (1927) uma bobagem ininteligível metida a vanguarda; e fez o papel de Marat no Napoleão (1927) de Abel Gance, bem como o jovem e simpático padre em A Paixão de Joana d'Arc (1928),  de Carl Dreyer.
                                                      continua na próxima postagem....
 
Texto extraído do jornal: Jornal da Tarde
Caderno de Sábado
Sábado-16-8-97-
Jornal da Tarde pertencia ao jornal "O Estado de São Paulo"
 
 

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

CINEMA E POESIA (01)

             Caderno de Sábado
             Sábado - 16-8-97                                                    JORNAL DA TARDE - 1

C I N E M A  E  P O E S I A

Os dois têm caminhado juntos nesses 100 anos de existência da arte cinematográfica
Por Assef Kfouri

Quando o cinema surgiu, há cem anos, a poesia já tinha atrás de si a poeira de séculos. Vivia seu fastígio, sobretudo na França, onde os irmãos Lumière aperfeiçoavam uma engenhoca a manivela capaz de captar e projetar sobre uma tela a vida tal como ela é.
      De uma forma ou outra, poesia e cinema têm caminhado juntos nestes cem anos, como se verá. É verdade que tais núpcias não foram imediatas nem amorosas, salvo exceções. As elites intelectuais levariam décadas, grosso modo, para aceitar, compreender e finalmente se render à arte do cinema.
       O influente crítico de teatro nova-iorquino George Jean Nathan, em 1921, via o cinema (já então com três décadas de existência), sobretudo o produzido em Hollywood, como "o mais eficientes veículo de idiotia de que se tem notícia, controlado pela escória de imigrantes, por chupadores de palitos e por ruidosos sorvedores de sopa".
        Invariavelmente os pedantes terminam como pedintes da história. Naqueles tempos, preciosos ridículos como Nathan, estufados de cultura livresca e azedos de racismo e preconceito, não enxergavam outra virtude no cinema senão a de ser réplica do circo romano, no qual as massas podiam ser entretidas e ter sua "natural" agressividade descarregada.
         Feitos por imigrantes para imigrantes, os filmes da América, como de resto em todo o mundo, estavam longe, é claro, de atingir as alturas da poesia de um Mallarmé, do teatro de um Ibsen ou do romance de um Joyce, embora a ironia destinasse ao autor de Ulysses a inglória de ter sido o proprietário do primeiro cinema de Dublin. 
          A verdade, no entanto, e o tempo se incumbiria de demonstrá-la, é que o cinema americano, ao fugir da cosmopolita Nova York para a longínqua Califórnia (desértica por natureza e deserdada, na época, pela distância, da cultura europeizada de Manhattan), iria assim, e só assim, poder, pelas mãos de imigrantes incultos e chupadores de palitos, inventar uma linguagem, construir uma sintaxe, forjar uma dinâmica inequivocamente cinematográfica. Enquanto na Europa o cinema, tomado de assalto logo cedo pelos intelectuais e acuado por densa tradição literária teatral e pictórica duas vezes milenar, produziria, como ainda produz em grande medida, filmes "a-cinematográficos", que pulsam num timing em descompasso com a cadência específica deste século, que só a arte "cinematográfica" está capacitada a apreender.
                                    continua na próxima postagem......
 
Texto extraído do Jornal da Tarde
Do dia - Sábado - 16-8-97
Jornal da Tarde pertencia ao "O Estado de São Paulo"


sábado, 24 de janeiro de 2015

PARABÉNS, SÃO PAULO!.......... 4 6 1 A N O S!.......




                       P A R A B É N S,

                      S Ã O   P A U L O.......

                             4 6 1
                          A N O S

                    D E  A M O R E S

                           C O M

                       B R A S I L!.......

                                             
                                                     yosinoli
                                                                           25/01/2015




sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

São Paulo, quanta saudade você me traz.....

Lampião de Gás

Inezita Barroso

Zeca Bergami

Lampião de gás, lampião de gás
Quanta saudade você me traz

Da sua luzinha verde azulada
Que iluminava minha janela,
Do almofadinha lá na calçada,
Palheta  branca, calça apertada

Do bilboquê, do diabolô,
"Me dá foguinho", "vai no vizinho"
De pular corda, brincar de roda,
De Benjamim, Jagunço e Chiquinho

Lampião de gás, lampião de gás
Quanta saudade você me traz

Do bonde aberto, do carvoeiro
Do vassoureiro com seu pregão
Da vovozinha, muito branquinha,
Fazendo roscas, sequilhos e pão

Da garoinha fria, fininha,
Escorregando pela vidraça,
Do sabugueiro grande e cheiroso,
Lá do quintal da rua da Graça

Lampião de gás, lampião de gás
Quanta saudade você me traz

Da minha São Paulo, calma e serena,
Que era pequena, mas grande demais!
Agora cresceu, mas tudo morreu
Lampião de gás que saudade me traz


Observação: Essa música pode ser ouvida acessando através do google. Escreva na pesquisa "Limpião de Gás de Inezita Barroso". Também no "google" você pode conhecer um pouco da estória da música "Lampião de Gás", de "Zeca Bergami" e também a biografia de Inezita Barroso.
 

São Paulo Quatrocentão......


Quarto Centenário
Mario Zan

                                São Paulo, terra amada,
                                Cidade imensa de grandeza mil
                                És tu, terra adorada,
                                Progresso e glória do meu Brasil

                                Ó terra bandeirante
                                De quem se orgulha a nossa nação
                                Deste Brasil gigante
                                Tu és a alma e o coração
                    
                                II
                                Salve o grito do Ipiranga
                                Que a história consagrou
                                Foi em ti, ó meu São Paulo,
                                Que o Brasil se libertou

                                O teu quarto centenário
                                Festejamos com amor
                                Teu trabalho fecundo mostra
                                Ao mundo inteiro o teu valor

                                III
                                Ó linda terra de Anchieta
                                Do bandeirante destemido
                                Um mundo de arte e beleza
                                Em ti tem sido construído

                                Tens tua noites adornadas
                                 Pela garoa em denso véu
                                 Sobre os teus edifícios
                                 Que até parecem chegar ao céu

OBSERVAÇÃO: Essa música pode ser ouvida acessando http://kboing .com.br/mario-zan/quarto-centenário


sábado, 17 de janeiro de 2015

SÃO PAULO.....SÃO PAULO.....(06)

             Quando, durante a primeira viagem de experiência, que contou com o comparecimento de dignitários, a locomotiva descontrolou-se e matou duas pessoas, no Diário de São Paulo apareceram estas estâncias contundentes:
 
            Vamos ter novo pagode
            Muito breve, no jardim,
            Os vapores vão partir
            Gratis vae, quem quiser ir,
            Não recebem só a mim.
 
             O passeio é de patente!...
             Não se cae na ponte, - não:
             O carrinho vae direito
             E somente perde o jeito
             Na Serra do Cubatão.
 
             Quem cahir não se consuma
             Que não há de sofrer dor
             Cae o carro de repente,
             E de dentro toda a gente
             Fica em baixo do vapor.
 
             O bichinho vae correndo
             Que parece um busca-pé;
             Vae a Santos n'um momento
             Fumegando o seu charuto
             Com ares de chaminé.
 
              O vagão corre ligeiro:
              Quem tem medo de morrer?
              Cahem todos lá na serra,
              O vapor é só quem berra,
              Morre a gente sem gemer!
 
               Cá por mim não temo nada
                Não me pilha a ratoeira;
                O tal bicho é acrobata
                Lá dos trilhos sempre salta!
                Que bonita brincadeira!...
 
                Quem tem medo de morrer
                 N'uma estrada tão "segura"?
                 O passeio é deleitável
                 Há na serra agua potável
                 P'ra benzer a sepultura.
 
                 Seguro morreu de velho:
                 Quem avisa amigo é:
                 Quem quiser dar bons passeios
                 Tem carrinhos - sem receios
                  Bem baratos lá na Sé.
 
                  Qual!... o que! Quem medo tem
                  Indo o carro a descoberto?...
                  Se na serra elle tombar
                  E a gente um pulo dar
                  Não se morre sendo experto.
                                                pags. 142/143
 
                  Extraído do livro: comissão do
                                                                      IV centenário
                  da cidade de são Paulo
 
                  De RICHARD M.MORSE
                        DE COMUNIDADE
                        A METRÓPOLE
                  Biografia de São Paulo
                  são Paulo       1 9 5 4
 
                 
 
 
 
 
             

SÃO PAULO......SÃO PAULO.....(05)

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..............A primeira e muito aplaudida locomotiva chegou à capital em 1864.
Diabo-coxo sarcastimamente registrou o acontecimento:
 
         Segundo proclamarão as pujantes redacções do Diário de São Paulo e do Correio Paulistamo, forão os trens comprimentados  por uma multidão de pessoas gradas entre as quaes avultavão os exímios diaristas, reinando entre todos indisivel enthusiasmo.
           Não creia, porém, o respeitável público n'esta verdade de 1º de Abril: são palavras tabeliôas, que servem de preambulo em todos os noticiários.
 
           As pessoas que lá forão admirarão de boca escancarada a tal cousa, e algumas mais curiosas, senão tolas, aproximarão-se d'ella para verificar si era de ferro ou borracha!... Outras murmuravão com desdém: - pensei que fosse obra mais custosa; porque melhor se poderia fazer na fabrica de Ypanema. Um tropeiro que estava a meu lado exlamou com admiração: - De certo há de ter umas dez pessoas dentro do caixão para virar as rodas! Até um empregado publico de elevada categoria disse que lá não fôra porque não queria ser testemunha de desgraças!
                                                                                              pags. 141/142
                                continua na próxima postagem....

Extraído do livro: comissão do IV centenário
                                da cidade de são paulo

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

SÃO PAULO ..........SÃO PAULO..... (04)



As Consequências da Independência Nacional

" Honrados paulistanos: O amor que eu consagro ao Brasil em geral e à vossa província em particular, por ser aquella que perante mim e o mundo inteiro fez conhecer primeiro que todas o systema machiavelico, desorganizador e faccioso das Côrtes de Lisboa, me obrigou a vir entre vós fazer consolidar a fraternal união e tranquilidade, que vacillava  e era ameaçada por desorganizadores, que em breve conhecereis, fechada que seja a devassa a que mandei proceder". - D.Pedro I, 8 de setembro de 1822.
                                           continua na próxima postagem.....
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                                                                                     pag. 44
 
Texto extraído do Livro: comissão do
                                                               IV centenário
da cidade de são paulo
 
                                      RICHARD M.MORSE
 
                                      DE COMUNIDADE
                                      A METRÓPOLE
 
 
                    BIOGRAFIA DE SÃO PAULO
 
                    são paulo                      1 9 5 4
 
                                   Tradução de
                                 Maria Apparecida Madeira Kerbeg
 
 

SÃO PAULO........SÃO PAULO (03)


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O circunspecto inglês Mawe achou "muito aborrecidas" as brincadeiras com frutas de cera cheias de água de Colonia e que se faziam no carnaval:

.......pessoas de ambos os sexos se divertem atirando estas bolas umas às outras; a dama geralmente começa a brincadeira e o cavalheiro retribui com tal animação que o brinquedo raramente cessa antes que várias dúzias tenham sido atiradas; e os dois competidores ficam tão molhados como se tivessem sido lançados a um rio. Às vezes uma senhora atira com tal destreza uma fruta no peito de uma cavalheiro, que este se verá obrigado a trocar a camisa, pois estas frutas de cera costumam conter três ou quatro onças de água fria.
       O vestuário era despretensioso. As roupas domingueiras duravam anos: a comprida sobrecasaca e suas calças de pano de Saragoça ou de ganga amarela ou azul, o vestido de sarja de Málaga da mulher e a mantilha de casimira debruada de renda que tudo encobria. Os pobres usavam roupas simples de chita e de baeta, sobre as quais as mulheres enrolavam um simples chalé preto para a igreja. O caipira de andar vagaroso identificava-se por seu grande chapéu cinzento, poncho e calções de algodão grosseiro. Se nos dias de procissão apareciam escravos cobertos de ouro e jóias, isto talvez significasse apenas que suas senhoras estavam indiretamente satisfazendo o gosto que tinham pelos enfeites, o qual, a não ser em raras ocasiões de festas, não lhes era dado satisfazer de modo direto.
          É revelador este fato. Significa que as ruas, alamedas e praças da cidade, todas as suas áreas de circulação e reunião pública estavam de posse dos escravos (que constituíam mais de 1/4 da população) e de homens livres humildes: tropeiros, vendeiros, lavradores.
As famílias patriarcais viviam retiradas em seus sobrados. Não tinham pontos diários de reunião em público, nem passeios, nem centros de lojas, nem restaurantes elegantes, onde uma exibição premeditada de roupas e maneiras pudesse despertar a inveja entre as famílias da mesma posição e impelir as massas a imitá-las. A noite trazia consigo não o borborinho e o ofuscamento de anos anteriores, mas um movimento firme e intenso como a escuridão que se adensava:
Ambos os sexos apareciam:
......enveloppés d'une capote de laine à grand collet dans laquelle ils se cachaient la moitié du visage; les femmes portaient un chapeau de feutre sur le derrière   de leur tête, celui des hommes était rebattu sur leurs yeus....{ Les prostituées } se promenaient avec lenteur ou atendaient les chalands dans les carrefours; mais, il faut le dire, jamais eles n'abordaient persnonne. On ne les entendait pas non plus injurier les hommes ou s'injurier entre elles; à peine regardaient-elles ceux qui passaient.
                                                                       pag. 36 e 37
Texto extraído do livro: comissão do IV centenário
da cidade de são paulo
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                       continua na próxima postagem......
 

sábado, 10 de janeiro de 2015

SÃO PAULO....SÃO PAULO.....(02)

continuação....

    
        Pode dizer-se que a "história", no sentido de Splengler, de São Paulo começou em princípios do século XIX, no fim do período colonial. Até aí nem São Paulo nem os outros núcleos do planalto tinham experimentado qualquer urbanização apreciável.
 
          São Paulo foi realmente a primeira colônia oficial do Brasil no interior. Em 1553 alguns jesuítas, entre os quais os conhecidos padres Nóbrega e Anchieta, deixaram a colônia marítima em São Vicente (fundada em 1532 por Martim Afonso de Souza a 24 graus de latitude sul), subiram a escarpada serra do litoral e estabeleceram uma missão no planalto, a mais ou menos 70 quilômetros do oceano. Consagrada a 25 de janeiro de 1554, a missão tomou seu nome ao santo cuja conversão foi celebrada pela primeira missa.
 
           A mudança dos jesuítas fora motivada pelo clima mais saudável do planalto, pelo desejo de evitar as intromissões dos funcionários civis e pela perspectiva de maior facilidade para a catequese tanto dos índios guaianases pagãos, quanto de uma indisciplinada colônia de proscritos portugueses e seus descedentes mamelucos, aí existente. O colégio dos jesuítas foi erigido numa colina, na confluência de dois pequenos rios, o Tamanduateí e o Anhamgabaú. Tal localização e a estacada logo erguida constituíam boa proteção contra as incursões dos tamoios (aliados aos franceses no noirte) e daqueles dentre os guaianases que recusaram ceder aos agrados dos portugueses. A maior frequência dessas incursões levou João Ramalho, ardoroso líder dos mamelucos, a transferir seus seguidores para a estacada dos jesuítas, onde o recursos existentes podiam ser com maior facilidade postos a serviço da sobrevivência. Logo se estabeleceu uma Câmara, a demonstrar pleno desenvolvimento de organização municipal leiga. 
                                                                                                                          pag. 16
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                                      continua na próxima postagem....
extraído do livro: DE COMUNIDADE A METRÓPOLE
                              Biografia de São Paulo
                                       
 

SÃO PAULO.....SÃO PAULO......(01)

      DE COMUNIDADE A METRÓPOLE

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             O camponês é o homem eterno, independente de toda Cultura que se refugia nas cidades. Ele precede essa Cultura, a ela sobrevive, estulta criatura a propagar-se de geração em geração, limitada aos apelos e às aptidões ligados à terra, mística alma, de compreensão seca e astuta que não vai além das questões práticas, origem a ininterrupta fonte do sangue que faz a história mundial nas cidades....
               A cidade é um intelecto. ... É em oposição às forças "feudais" de sangue e tradição que a burguesia, a classe intelectual, começa a ter consciência de sua própria e distinta existência. Ela derriba tronos e limita velhos direitos em nome da razão, e acima de tudo em nome do "Povo", que daí por diante significa apenas o povo da cidade. ... A cidade assume a direção e o controle da história econômica, substituindo os primitivos valores da terra, sempre inseparáveis da vida e do pensamento dos rústicos, pela idéia absoluta de dinheiro em contraposição à de mercadorias.
 
               A vila campestre confirma o campo; "com seus calmos telhados ponteagudos, sua fumaça vespertina, seus poços , sebes, e "animais", ela jaz "fundida e encastoada na paisagem". Mas a cidade insiste em que o campo se conforme à sua própria feição formalizada e artificial.
 
Extras muros, chaussées, bosques e pastagens se transformam em parques, montanhas se transformam em parques, montanhas se transformem em mirantes de turistas; e intra muros, surge uma natureza de imitação, repuxos em lugar de fontes, canteiros, piscinas formais e sebes podadas em lugar de prados, lagoas e moitas.
                                                                                      pag.15/16
                                     continua na próxima postagem....

Texto extraído do livro: comissão do IV centenário
De Richard M.Morse
DE COMUNIDADE A METRÓPOLE
Biografia de São Paulo
São Paulo 1954

RICHARD M. MORSE

DE
COMUNIDADE
A
METRÓPOLI
BIOGRAFIA DE SÃO PAULO
Tradução de
Maria Apparecida Madeira Kerbeg
 

SÃO PAULO, MINHA...... NOSSA SÃO PAULO......



                                  2 0 1 5
                                  Está iniciando....

                                  O quê podemos esperar
                                  Para este ano?

                                  Não teremos
                                  Eleições e
                                  Nem Copa do Mundo......
                                  (Bem, isso vamos esquecer)

                                  A população está meio preocupada
                                  Com a economia
                                  O comércio anda devagar em São Paulo....

                                   Comercio em passos de tartaruga.....
                                   Significa,  indústrias produzindo menos,
                                   Empregos
                                   Diminuindo....

                                   E,
                                   Logicamente,
                                   A população com menos condições
                                   De ir às compras...

                                   Será que a nossa
                                   SÃO PAULO
                                   Este ano
                                   Ficará um pouco estagnada?
                                   Não sei, não sei......
                                  
                                   Dá-nos a impressão que
                                   Este ano vai ser
                                   Bem mais complicado
                                   Do que os anteriores......

                                   Ou, não?!.....

                                   Vamos aguardar......

                                   
                                                                                                 yosinoli
                                                                                               janeiro/2015
                                   

sábado, 3 de janeiro de 2015

UMA PEQUENA PAUSA.....



           INÍCIO DE ANO:
     UMA PEQUENA PAUSA...
     

     DIAS: 03/01/2015

                       E

               04/01/2015

                                           yosinoli
                                        03/01/2015