domingo, 6 de julho de 2014
JOSÉ DE ANCHIETA
DA RESSURREIÇÃO
O mãe sempre virgem, ó virgem fecunda,
com novos prazeres cantamos o "Ave"
com que quis fechar-se, no vosso conclave,
o Verbo do Padre, pessoa segunda.
De novo, senhora, receba vossa alma
o "Ave!" segundo, com nova alegria,
pois o que foi morto, com grand'alegria,
a morte vencida, ressurge com palma.
As chagas cruentas das mãos delicadas
vêm mais rubicundas que tôdas as rosas,
para que por elas se tornem formosas
as almas que foram da culpa afeadas.
O peito sagrado, com lança rompido,
que para vossa alma foi bravo cutelo,
com raios de glória ressurge tão belo
que tem vossas dôres de todo vencido.
Ó madre de vida, pois tendes tal dia,
fazei-nos dar vida, que mortos jazemos,
e livres da morte, com Iesu tornemos
em vida de graça, com toda alegria.
José de Anchieta
pag. 398
Do livro: Poesias
José de Anchieta
Manuscrito do Séc. XVI, em português, castelhano, latim e tupi.
Transcrições, traduções e notas
de
M. de L. de Paula Martins
Boletim IV - Museu Paulista - Documentação Linguística, 4
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