sábado, 26 de julho de 2014

Canaã 02

"É o debate diário da vida brasileira... ser ou não ser uma nação...... Que podemos fazer para resistir aos lobos? Com a bondade ingênita da raça, a nativa fraqueza, a descuidada inércia, como nos oporemos o a que eles venham?...... E que nos adiantam os Estados Unidos? Será sempre um senhor. Todo este continente está destinado ao pasto das feras.... Sul América....Ridículo..... Temos o que merecemos.... Daí pode ser que seja melhor.... A terra prosperará .... Melhor administração.... mais polícia..e é só...."
       Para expor ideias tão vibrantes, inspiradas em Tobias Barreto e informadas pelo contato direto com a cultura europeia da época, Graça Aranha usa de retórica declamatória com farta adjetivação, frequentemente dupla, para a qual concorrem substantivos que quase sempre adjetivam. Natureza, ambiência, homens e coisas são apreendidos num enfoque impressionista, explicitado à maneira naturalista dos romances de tese, num retumbante poetar de gosto bem duvidoso. A mata é "iluminada" pelos vaga-lumes que correm "as suas lâmpadas divinas", brotando "silenciosos e inumeráveis nos troncos", "como se as raízes se brotassem em pontos luminosos", cobrindo as árvares que "faiscavam cravadas de diamantes e topázios................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

Retirado do livro:
Coleção Prestígio
Livro: Canaã
Graça Aranha

OBSERVAÇÃO: Com o passar do tempos, e notamos que algumas coisas já não fazem mais sentido...., mas, acho interessante as preocupações, que o autor ou autores tinham na época....Mas, a leitura dessa parte pela professora, sinceramente, ficou marcado em mim.......
Leitura bem feita é como música. Maravilha o nosso coração....
 

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