Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida, descontente,
Repousa lá no Céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste.
Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.
E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,
Roga a Deus, que teus anos encurtou.
Que tão cedo de cá me leve a ver-te.
Quão cedo de meus olhos te levou.
Camões
Pag. 116
Do Livro: Lírica
Luís de Camões
Seleção, prefácio e notas
de
MASSAUD MOISÉS
(da Universidade de São Paulo)
Editora Cultrix Ltda.
Comentário:
.........Acusado de prevaricação, vai a Goa defender-se, mas naufraga na foz do rio Mecon: salva-se a nado, levando os Lusíadas, como quer a lenda, e perdendo sua companheira Dinamene............
Texto retirado do livro: A Literatura Portuguesa
Massaud Moisés.
Pag. 54
Editora Cultrix - 27ª edição, revista e aumentada.
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