sábado, 4 de março de 2017
SAUDADE
SAUDADE
(Teófilo Dias)
A saudade da amada criatura
Nutre-nos na alma dolorido gozo
Uma inefável, íntima tortura,
Um sentimento acerbo e voluptuoso.
Aquele amor cruel e carinhoso
Na memória indelével nos perdura,
Como acre aroma absorto na textura
De um cofre oriental, fino e poroso
Entranha-se, invetera-se: - de jeito
Que do tempo ao volver, lento e nocivo,
Resiste: - e ainda mil pedaços feito
O lígneo cárcer que o retém cativo,
Cada parcela reproduz perfeito
O mesmo aroma inalterável, vivo.
(Lira dos Verdes Anos)
Poema extraído do livro:
LÍNGUA E LITERATURA BRASILEIRA
Volume 07
Editora F.T.D. S/A.
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