(Guilherme de Almeida)
GUILHERME DE ALMEIDA
Nascido em Campinas em 1890. Poeta de grande poder de receptividade, arte sutil. OBRAS: Nós - A Dança das Horas - Era Uma Vez - Soror Dolorosa - Meu - Simplicidade.
Quando a chuva cessava e um vento fino
Franzia a tarde tímida e lavada
Eu saia a brincar pela calçada,
Nos meus tempos felizes de menino.
Fazia de papel, toda uma armada
E, estendendo meu braço pequenino
Eu soltava os barquinhos, sem destino
Ao longo das sarjetas, na enxurrada
Fiquei moço. E hoje sei, pensando neles,
Que não são barcos de ouro os meus ideais:
São feitos de papel, como aqueles,
Perfeitamente, exatamente iguais...
- Que os meus barquinhos, lá se foram eles!
Foram-se embora e não voltaram mais!
Poema extraído do livro:
Língua e Literatura Brasileira
Vol.03
Editora F.T.D. S/A.