sábado, 17 de dezembro de 2016
UMA BREVE PAUSA.......
UMA BREVE PAUSA....
Uma breve pausa
Para festejar o
Natal
E o Ano Novo....
Deixarei de postar
Nos dias:
24 e 25 de dezembro
E também nos dias:
31 de dezembro e 01 de janeiro 2017....
Voltarei a postar
No dia: 07 de janeiro de 2017....
FELIZ NATAL!....
FELIZ NATAL !...........FELIZ NATAL!
FELIZ NATAL!
E
UM ANO NOVO
CHEIO DE PAZ,
AMOR,
SAÚDE
E ALEGRIA!....
dezembro2016
yosinoli
sexta-feira, 16 de dezembro de 2016
VAGABUNDO* (02)
continuação da postagem anterior...
Tenho por meu palácio as longas ruas;
Passeio a gosto e durmo sem temores;
Quando bebo, sou rei como um poeta,
E o vinho faz sonhar com os amores.
O degrau das igrejas é meu trono,
Minha pátria é o vento que respiro,
Minha mãe é a lua macilenta
E a preguiça a mulher por quem suspiro.
Escrevo na parede as minhas rimas,
De painéis a carvão adorno a rua;
Como as aves do céu e as flores puras
Abro meu peito ao sol e durmo à lua.
Sinto-me um coração de lazzaroni;
Sou filho do calor, odeio o frio;
Não creio no diabo nem nos santos...
Rezo à Nossa Senhora, e sou vadio!
Ora, se por aí alguma bela
Bem doirada e amante da preguiça
Quiser a nívea mão unir a minha
Há de achar-me na Sé, domingo, à Missa.
Extraído do livro:
Série Essencial
Álvares de Azevedo
Marlene de Castro Correia
Academia Brasileira de Letras
Imprensa Oficial
* Poema III de "Spleen e Charutos" In:
In: Poesias Completas. São Paulo: Saraiva, 1957, pp. 213-214
¹Don Juan, II, CCVII.
Tenho por meu palácio as longas ruas;
Passeio a gosto e durmo sem temores;
Quando bebo, sou rei como um poeta,
E o vinho faz sonhar com os amores.
O degrau das igrejas é meu trono,
Minha pátria é o vento que respiro,
Minha mãe é a lua macilenta
E a preguiça a mulher por quem suspiro.
Escrevo na parede as minhas rimas,
De painéis a carvão adorno a rua;
Como as aves do céu e as flores puras
Abro meu peito ao sol e durmo à lua.
Sinto-me um coração de lazzaroni;
Sou filho do calor, odeio o frio;
Não creio no diabo nem nos santos...
Rezo à Nossa Senhora, e sou vadio!
Ora, se por aí alguma bela
Bem doirada e amante da preguiça
Quiser a nívea mão unir a minha
Há de achar-me na Sé, domingo, à Missa.
Extraído do livro:
Série Essencial
Álvares de Azevedo
Marlene de Castro Correia
Academia Brasileira de Letras
Imprensa Oficial
* Poema III de "Spleen e Charutos" In:
In: Poesias Completas. São Paulo: Saraiva, 1957, pp. 213-214
¹Don Juan, II, CCVII.
sábado, 10 de dezembro de 2016
VAGABUNDO
VAGABUNDO*
Eat, drink and love; what can the rest avail us!
Byron, Don Juan¹
Eu durmo e vivo ao sol como um cigano,
Fumando meu cigarro vaporoso;
Nas noites de verão namoro estrelas;
Sou pobre, sou mendigo, e sou ditoso!
Ando roto, sem bolsos nem dinheiro;
Mas tenho na viola uma riqueza:
Canto à lua de noite serenatas,
E quem vive de amor não tem pobreza.
Não invejo ninguém, nem ouço a raiva
Nas cavernas do peito, sufocante,
Quando à noite na treva em mim se entornam
Os reflexos do baile fascinante.
Namoro e sou feliz nos meus amores;
Sou garboso e rapaz... Uma criada
Abrasada de amor por um soneto
Já um beijo me deu subindo a escada...
Oito dias lá vão que ando cismando
Na donzela que ali defronte mora.
Ela ao ver-me sorri tão docemente!
Desconfio que a moça me namora!...
continua na próxima postagem.....
Extraído do livro:
SÉRIE ESSENCIAL
Álvares de Azevedo
Csdeira 2 / Patrono
Marlene de Castro Correia
Academia Brasileira de Letras
Imprensa Oficial
Eat, drink and love; what can the rest avail us!
Byron, Don Juan¹
Eu durmo e vivo ao sol como um cigano,
Fumando meu cigarro vaporoso;
Nas noites de verão namoro estrelas;
Sou pobre, sou mendigo, e sou ditoso!
Ando roto, sem bolsos nem dinheiro;
Mas tenho na viola uma riqueza:
Canto à lua de noite serenatas,
E quem vive de amor não tem pobreza.
Não invejo ninguém, nem ouço a raiva
Nas cavernas do peito, sufocante,
Quando à noite na treva em mim se entornam
Os reflexos do baile fascinante.
Namoro e sou feliz nos meus amores;
Sou garboso e rapaz... Uma criada
Abrasada de amor por um soneto
Já um beijo me deu subindo a escada...
Oito dias lá vão que ando cismando
Na donzela que ali defronte mora.
Ela ao ver-me sorri tão docemente!
Desconfio que a moça me namora!...
continua na próxima postagem.....
Extraído do livro:
SÉRIE ESSENCIAL
Álvares de Azevedo
Csdeira 2 / Patrono
Marlene de Castro Correia
Academia Brasileira de Letras
Imprensa Oficial
sexta-feira, 9 de dezembro de 2016
A LITERATURA PORTUGUESA
Acompanhamento Musical - Como já sabemos, as cantigas implicavam estreita aliança entre a poesia, a música, o canto e a dança. Para tanto, ao entoá-las, os poetas faziam-se acompanhar de instrumentos de sopro (anafil, antiga trompeta mourisca, semelhante à charamela, precursora da atual clarineta; doçaina, espécie de charamela; exabeba ou axabeba, espécie de flauta usada pelos árabes; flauta; gaita, espécie de flauta, pequena e reta; trompa, instrumento de metal, de longo tubo cônico terminando em pavilhão largo), corda (alaúde; arrabil ou rabil, rabeca mourisca, espécie de violino, de duas a cinco cordas; bandurra, guitarra de braço curto, com quatro ou cinco cordas; cítola, instrumento da família do alaúde, com quatro ou cinco cordas; giga, instrumento de cordas, semelhante ao bandolim, que se toca com um arco; guitarra; harpa; saltério, instrumento de cordas, de origem oriental, de forma triangular ou trapezoidal; viola) e percussão (adufe, espécie de pandeiro, com pele retesada dos dois lados; pandeiro; tambor).
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Extraído do livro:
A literatura portuguesa
Massaud Moisés
Edição Revista e Atualizada
Editora Cultrix
37ª edição 2010
2ª reimpressão 2015
sábado, 3 de dezembro de 2016
A LITERATURA PORTUGUESA (06)
continuação da postagem anterior.....
CANTIGA DE ESCÁRNIO E DE MAL DIZER - A cantiga de escárnio é aquela em que a sátira se constrói de modo indireto, por meio da ironia e do sarcasmo, usando "palavras cobertas, que hajam dois entendimentos para lhe lo não entenderem", como reza a "Arte de Trovar" que precede o Cancioneiro da Biblioteca Nacional (antigo Colocci-Brancuti). Na cantiga de maldizer, a sátira é feita diretamente, com agressividade, "mais descobertamente", com "palavras que querem dizer mal e não haverão outro entendimento senão aquele que querem dizer chãmente", como ensina a mesma "Arte de Trovar".
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Extraído do livro:
A Literatura Portuguesa
Massaud Moisés
Edição Revista e Atualizada
37ª edição 2010.
2ª reimpressão 2015
Editora Cultrix
sexta-feira, 2 de dezembro de 2016
A LITERATURA PORTUGUESA (05)
continuação da postagem anterior......
CANTIGA DE AMIGO - Pela "Arte de Trovar", a cantiga de amigo identifica-se pelo fato de que "elas falam na primeira cobra", mas escrita igualmente pelo trovador que compõe cantigas de amor, e mesmo as de escárnio e maldizer. Este tipo de cantiga focaliza o outro lado da relação amorosa: o fulcro do poema é agora representado pelo sofrimento amoroso da mulher, pertencente às camadas populares (pastoras, camponesas, etc.). O trovador, amado incondicionalmente pela moça humilde e ingênua do campo ou da zona ribeirinha, projeta-se no seu íntimo e desvenda-lhe o desgosto de amar e ser abandonada, em razão da guerra ou de outra mulher. O drama é o da mulher, mas quem ainda compõe a cantiga é o trovador: 1) por ser ele precisamente o homem com quem a moça a sua história; o sofrimento dela, o trovador é que o conhece, como ninguém; 2) por ser a jovem analfabeta, como acontecia mesmo às fidalgas.
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................................................................................................................ continua na próxima postagem.....
Extraído do livro:
A Literatura Portuguesa
Massaud Moisés
Editora Revista e Atualizada
37ª edição 2010
2ª reimpressão 2015
Editora Cultrix
sábado, 26 de novembro de 2016
A LITERATURA PORTUGUESA (04)
continuação da postagem anterior.......
CANTIGA DE AMOR - Este tipo de cantiga define-se, de acordo com a "Arte de Trovar" que precede o Cancioneiro da Biblioteca Nacional, pela circunstância de que "eles falam na primeira cobra" (estrofe). Nela o trovador empreende a confissão, dolorosa e quase elegíaca, de sua angustiante experiência passional frente a uma dama que parece indiferente, inacessível aos seus apelos, entre outras razões porque de superior estirpe social, enquanto ele era, quando muito, fidalgo decaído. Uma atmosfera plangente, suplicante, de literania, varre a cantiga de ponta a ponta. Os apelos do travador colocam-se alto, num plano de espiritualidade, de idealidade ou contemplação platônica, mas que entranham no mais fundo dos sentidos.
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continua na próxima postagem...............................
Extraído do livro:
A Literatura Portuguesa
Massaud Moisés
Edição Revista e Atualizada
37ª edição 2010
2ª reimpressão 2015
Editora Cultrix
São Paulo
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continua na próxima postagem...............................
Extraído do livro:
A Literatura Portuguesa
Massaud Moisés
Edição Revista e Atualizada
37ª edição 2010
2ª reimpressão 2015
Editora Cultrix
São Paulo
sexta-feira, 25 de novembro de 2016
A LITERATURA PORTUGUESA (03)
A Poesia Trovadoresca
Na Provença, o poeta era chamado de troubadour, cuja forma correspondente em Português é trovador, da qual deriva trovadorismo, trovadoresco, trovadorescamente. No norte da França, o poeta recebia o apelativo trouvére, cujo o radical é idêntico ao anterior: trouver(achar). Os poetas deviam ser capazes de compor, achar os versos e o som (melodia), isto é, a sua canção, cantiga ou cantar, e o poema assim se denominava por implicar o canto e o acompanhamento musical.
A poesia trovadoresca apresentava duas espécies principais: a lírico-amorosa e a satírica. A primeira divide-se em cantiga de amor e cantiga de amigo; a segunda, em cantiga de escárnio e cantiga de malidizer. O idioma empregado era o galego-pªortuguês, em virtude da então unidade linguística entre Portugal e a Galiza.
continua na próxima postagem.....
Extraído do livro:
A Literatura Portuguesa
Extraído do livro:
A Literatura Portuguesa
Massaud Moisés
Edição Revista e Atualizada
37ª edição 2010
2ª reimpressão 2015
Editora Cultrix
São Paulo
Edição Revista e Atualizada
37ª edição 2010
2ª reimpressão 2015
Editora Cultrix
São Paulo
sábado, 19 de novembro de 2016
A LITERATURA PORTUGUESA (02)
continuação da postagem anterior......
Todavia, é da Provença que vem o influxo próximo. Aquela região medieval da França tornara-se no século XI um grande centro de atividade lírica, mercê das condições de luxo e fausto oferecidas aos artistas pelos senhores feudais. As Cruzadas, compelindo os fiéis a procurarem Lisboa como porto mais próximo para embarcar como destino a Jerusalém, propiciaram a movimentação duma fauna humana mais ou menos parasitária, em meio à qual iam jograis e trovadores. Estes, utilizando o chamado "caminho francês", aberto nos Pirineus, introduziram em Portugal e Galiza, por volta de 1140, a nova moda poética.
Fácil foi a sua adaptação à realidade galego-portuguesa, graças a ter encontrado ambiente favoravelmente predisposto, formado por uma espécie de poesia popular de velha tradição. A íntima fusão de ambas as correntes (a provençal e a popular) explicaria o caráter próprio assumido pelo trovadorismo em terras galegas e portuguesas.
A época inicia-se em 1198 (ou 1189), com a "cantiga de garvaia", dedicada por Paio Soares de Taveirós a Maria Pais Ribeiro, e termina em 1418, quando Fernão Lopes é nomeado Guarda-Mor da Torre do Tombo, ou seja, conservador do arquivo do Reino, por D. Duarte.
continua na próxima postagem......
Texto extraído do livro:
A Literatura Portuguesa
Massaud Moisés
Edição Revista e Atualizada
37ª edição 2010
2ª reimpressão 2015
Editora Cultrix
São Paulo
sexta-feira, 18 de novembro de 2016
PARABÉNS....PARABÉNS......
PARABÉNS.....PARABÉNS.....
L A RI S S A
E
L U A N A
-MAIS UM ANO-
(12 ANINHOS)
FESTEJADO NO DIA
14/11/2016
FOI
UMA LINDA FESTA
QUE PAPAI E MAMÃE
FIZERAM PARA VOCÊS.......
ENTÃO, PARABÉNS PARA PAPAI
E MAMÃE....
TAMBÉM!.......
Beijos
tio shinori
sábado, 5 de novembro de 2016
UMA BREVE PAUSA!......
UMA BREVE PAUSA!.....
NOS DIAS:
12 E 13 DE NOVEMBRO
DEIXAREI DE POSTAR....
VOLTAREI A POSTAR NO
DIA: 19 DE NOVEMBRO....
novembro
yosinoli
sexta-feira, 4 de novembro de 2016
A LITERATURA PORTUGUESA
TROVADORISMO
(1198 - 1418)
PRELIMINARES
As primeiras décadas dessa época transcorrem durante a guerra de reconquista do solo português, ainda em parte sob domínio mourisco, cujo derradeiro ato se desenrola em 1249, quando Afonso III se apodera de Albufeira, Faro, Loulé, Aljezur e Porches, no extremo sul do país, batendo definitivamente os últimos baluartes sarracenos em Portugal. E apesar de tão absorvente a prática guerreira durante esses anos de consolidação política e territorial, a atividade literária beneficiou-se de condições propícias, e pôde desenvolver-se normalmente. Cessada a contingência bélica, observa-se o recrudescimento das manifestações sociais típicas dos períodos de paz e tranquilidade ociosa, entre as quais a literatura.
Em resultado desse clima pós-guerra, a poesia medieval portuguesa alcança, na segunda metade do século XIII, seu ponto mais alto. A origem remota dessa poesia constitui ainda assunto controvertido; admitem-se quatro fundamentais teses para explica-la: a tese arábica, que considera a cultura arábica como sua velha raiz; a tese folclórica, que a julga criada pelo povo; a tese médio-latinista, segundo a qual essa poesia ter-se-ia originado da literatura latina produzida durante a Idade Média; a tese litúrgica considera-a fruto da poesia litúrgico-cristã elaborada na mesma época. Nenhuma delas é suficiente, de per si, para resolver o problema, tal a sua unilateralidade. Temos de apelar para todas, ecleticamente, a fim de abarcar a multidão de aspectos contrastantes apresentada pela primeira floração da poesia medieval.
continua na próxima postagem......
Texto extraído do livro:
A LITERATURA PORTUGUESA
Massaud Moisés
Editora Cultrix
São Paulo
37ª edição 2010
2ª reimpressão 2015
sábado, 29 de outubro de 2016
CANTIGA DO MALDIZER - João Garcia de Guilhade -
CANTIGA
Ai dona fea! foste-vos queixar
porque vos nunca louv' en meu trobar
mais ora quero fazer un cantar
em que vos loarei toda via;
e vedes como vos quero loar:
dona fea, velha e sandia!
Ai dona fea! se Deus mi perdon!
e pois havedes tan gran coraçon
que vos eu loe en esta razon,
vos quero já loar toda via;
e vedes qual será a loaçon:
dona fea, velha e sandia!
Dona fea, nunca vos eu loei
en meu trobar, pero muito trobei;
mais ora já un bon cantar farei
en que vos loarei toda via;
e direi-vos como loarei:
dona fea, velha e sandia! *
(Oskar Nobiling. As Cantigas de D. Joan
Garcia de Guilhade, Erlangen, 1907, p. 67.)
* ora = agora; toda via = sempre, completamente; sandia = louca; que vos eu loe en esta razon = mereceis a justiça de eu louvá-la; loaçon = louvor; pero = todavia.
Cantiga extraída do livro:
A literatura portuguesa através dos textos
13ª edição
MASSAUD MOISÉS
Editora Cultrix
São Paulo
sexta-feira, 28 de outubro de 2016
CANTIGA DE ESCÁRNIO - Pêro Garcia Burgalês -
CANTIGA
Rui Queimado morreu con amor
en seus cantares, par Sancta Maria
por ua dona que gran ben queria,
e, por se meter por mais trobador,
porque lh'ela non quis [o] ben fazer,
fez-s'el en seus cantares morrer,
mas ressurgiu depois ao tercer dia!
Esto fez el por ua sa senhor
que quer gran ben, e mais vos en diria:
porque cuida que faz i mestria,
e nos cantares que fez a sabor
de morrer i e desi d'ar viver;
esto faz el que x'o pode fazer,
mas outr'omen per ren non [n] o faria.
E non há já de sa morte pavor,
senon sa morte mais la temeria,
mas sabe ben, per sa sabedoria,
que viverá, dês quando morto for,
e faz-[s´]en seu cantar morte prender,
desi ar viver: vede que poder
que lhi Deus deu, mais que non cuidaria.
E, se mi Deus a min desse poder,
qual oi' el há, pois morrer, de viver,
jamais morte nunca temeria.*
(J.J. Nunes, Crestomatia Arcaica, 3ª ed.,
Lisboa, Clássica, 1943, p.400.)
* par = por; en = disso; porque cuida que faz i maestria= porque pensa que possui talento; sabor = gosto; i = aí; desi = depois; ar = re ( ar viver = reviver ), de novo, outra vez; dês = desde; oi = hoje; pois morrer, de viver = viver depois de morrer.
Cantiga extraída do livro:
A literatura portuguesa através dos textos
MASSAUD MOISÉS
13ª Edição
EDITORA CULTRIX
São Paulo
sábado, 22 de outubro de 2016
CANTIGAS DE AMOR
CANTIGAS DE AMOR
Como morreu quem nunca ben
ouve da ren que mais amou
e quen viu quanto receou
d'ela, e foi morto por en:
Ay mia senhor, assim moir'eu!
Com morreu quem foi amar
quen lhe nunca quis ben fazer,
e de quen lhe fez Deus ver
de que foi morto com pesar:
Ay mia senhor, assim moir'eu!
Com'ome que ensandeceu,
senhor, com gran pesar que viu,
e non foi ledo nem dormiu
depois, mia senhor, e morreu:
Ay mia senhor, assim moir'eu!
Como morreu quem amou tal
dona que lhe nunca fez ben,
e quen a viu levar a quen
a non valia, nem a val:
Ay mia senhor, assi moir'eu!
pag.244
(Paay Soáres de Taveiros, Cancioneiro da Ajuda
nº 35, apud MENDES DOS REMÉDIOS.)
Cantiga extraída do livro:
BIBLIOTECA DA LÍNGUA PORTUGUESA
Vol.1
Alpheu Tersariol
LISA-LIVROS IRRADIANTES S.A.
1971
Origem da Língua Portuguesa
sexta-feira, 21 de outubro de 2016
CANTIGAS DO AMIGO
CANTIGA DO AMIGO
O meu amigo que me dizia
que nunca mais migo viveria
par Deos, donas, aqui é já!
Que muyto m'el avia jurado
que me non visse, mais, a Deos grado,
par Deos, donas, aqui é já!
O que jurava que non visse
por non ser todo quant'el disse,
par Deos, donas, aqui é já!
Melhor o fezo ca o non disse:
par Deos, donas, aqui é já!
pag.244/245
(Paay Soares de Taveiros, no Cancino da Vaticana,
nº 239, transcrito por Mendes dos Remédios.)
Cantiga extraída do livro:
Biblioteca da Língua Portuguesa
Vol.1
Alpheu Tersariol
"ORIGEM DA LINGUA PORTUGUESA"
Lisa - Livros Irradiantes S.A.
1971
sábado, 15 de outubro de 2016
CANTIGA D'AMIGO
CANTIGA D'AMIGO
Chegou nh' amiga recado
Daquel que quero gram ben.
Que poys que viu meu mandado
Quanto pode viir, ven;
E and'eu leda poren
E fazo muyto aguysado.
El ven por chegar coytado
Ca sofre grã mal d'amor
E anda muyt'alongado
D'aver prazer, né sabor
Senon ali hu eu for,
Hu é todo seu cuydado.
Por quanto mal a levado
Amiga razon farey
De lhi dar en d'algu grado
Poys ve como lh'eu mandey
E logu'el será ben sey
Do mal querid' e cobrado
E das coytas que lh' eu dey
Desde foy meu namorado.
(Cancioneiro d'El-Rei D.Dinis, ed. de
CAETANO LOPES DE MOURA, Paris,
1847, p. 175-176.)
Extraída do livro:
Biblioteca da Língua Portuguesa
Vol.1
1971
ORIGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA
Alpheu Tersariol
Lisa - Livros Irradiantes S.A.
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