Todavia, é da Provença que vem o influxo próximo. Aquela região medieval da França tornara-se no século XI um grande centro de atividade lírica, mercê das condições de luxo e fausto oferecidas aos artistas pelos senhores feudais. As Cruzadas, compelindo os fiéis a procurarem Lisboa como porto mais próximo para embarcar como destino a Jerusalém, propiciaram a movimentação duma fauna humana mais ou menos parasitária, em meio à qual iam jograis e trovadores. Estes, utilizando o chamado "caminho francês", aberto nos Pirineus, introduziram em Portugal e Galiza, por volta de 1140, a nova moda poética.
Fácil foi a sua adaptação à realidade galego-portuguesa, graças a ter encontrado ambiente favoravelmente predisposto, formado por uma espécie de poesia popular de velha tradição. A íntima fusão de ambas as correntes (a provençal e a popular) explicaria o caráter próprio assumido pelo trovadorismo em terras galegas e portuguesas.
A época inicia-se em 1198 (ou 1189), com a "cantiga de garvaia", dedicada por Paio Soares de Taveirós a Maria Pais Ribeiro, e termina em 1418, quando Fernão Lopes é nomeado Guarda-Mor da Torre do Tombo, ou seja, conservador do arquivo do Reino, por D. Duarte.
continua na próxima postagem......
Texto extraído do livro:
A Literatura Portuguesa
Massaud Moisés
Edição Revista e Atualizada
37ª edição 2010
2ª reimpressão 2015
Editora Cultrix
São Paulo
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