sábado, 20 de junho de 2015

E..... PADRE ANTÓNIO VIEIRA E FERNANDO PESSOA...(02)

continuação....
                   Fica assim explicado o misiticismo crítico-religioso do poeta da Mensagem, a que se associa, completando, a sua teofonia ocultista. Intentados os "símbolos" e os "avisos" Os Tempos surgem da necessidade adventícia de redenção, mas mesmo assim, apenas requerida na ilusão e/ou desilusão. A arquetipia da aventura de alma portuguesa aqui comparece com toda a sua força simbólica: o mar, o desafio, a descoberta  - temas da viagem vis-à-vis a aventura da auto-suficiência.

                    Os poemas de Os Tempos são um verdadeiro microcosmo de cerrada simbologia, cujos motivos temáticos, que difusamente tratam, se encontram desenvolvidos, em sua referencialidades, no decorrer de toda a obra.

                     Ainda dentro do cabalístico e teosófico, acentua-se o tema da espiritualidade do terceiro elemento triádico, sempre a se buscar para completar as correspondências trilaterais: "Senhor, os dois irmãos do nosso Nome / O Poder e o Renome - / Ambos se foram pelo mar da idade / À tua eternidade." (in Noite, p. 21) Aos dois, o Poder e o Renome, sempre se requer a intentada busca de um terceiro. Em Antemanhã, é o mesmo Mostrengo que diz "Quem é que dorme a lembrar / Que desvendou o Segundo Mundo / Nem o Terceiro quere desvendar (p. 23)

                     Já no final da Mensagem, a simbologia está completa nos níveis da sua significação: o princípio é a transmutação, transubstanciação do real (histórico-nacional) no ideal (metafísico-espiritual). Tal processo acha-se tão consubstanciado na mente e espírito do poeta que a redenção atinge cada vez mais profunda: Portugal é a Alma e a Dimensão de um reino de quinta-essência: O Quinto Império.

                     Fernando Pessoa, o "profeta" do "supra-Camões" (não seria esse ele próprio?) realiza a densidade épico-fatual de Os Lusíadas. Só que a sua épica é a épica da nação-sentimento e nação-espiritualidade: Peregrinátio ad loca sancta - "Valete, Frates" (p. 23)
                      continua na próxima postagem......


                     

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