S Á B A D O
FERNANDO PESSOA OCULTO
Às vésperas dos 60 anos da morte do poeta português, seus admiradores ainda buscam conhecer as várias faces de um autor singular
Por João Alves das Neves
Fernando Antônio nasceu às 15h20 de 13 de junho de 1888- dia Santo Antônio, cujo nome civil foi Fernando - e desapareceu às 20h30 de 30 de novembro de 1935. O nascimento e a morte ocorreram em Lisboa. Terá redigido os primeiros versos, em 26 de julho uma quadra, dedicada "à minha querida mamã":
Ó terras de Portugal
Ó terras onde nasci
Por muito que goste delas
Inda gosto mais de ti.
Tinha 14 anos quando viu impresso o seu primeiro poema, publicado em O Imparcial (Lisboa, 18 de julho de 1902). Glosando uma quadra de Augusto Vicente, escreveu Fernando Pessoa (em 31 de março de 1904):
Quando a dor me amargurar,
Quando sentir penas duras,
Só me podem consolar
Teus olhos, contas escuras.
D'elles só brotam amores;
Não há sombras d'ironias;
Esses olhos seductores
São duas Avé Marias.
Mas se a ira os vem turvar
Fazem-se sofrer torturas
E as contas todas rezar
D'um rosário d'amarguras.
Ou se os alaga a afllição
Peço pra ti alegrias
N'uma fervente oração
Que reso todos os dias!
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Publicado em 04.011.1995
Caderno de Sábado
Jornal da Tarde - pertencia ao Estadão - O Estado de São Paulo
Por João Alves das Neves - jornalista
Fernando Pessoa, famoso também por heterônimos: Alberto Caieiro, Álvares de Campo e Ricardo Reis; também outro menos conhecido, Bernardo Soares: Livro do Desassossego.
Livros consultados:
A literatura portuguesa
Autor: Massaud Moises
27ª edição, revista e aumentada
Editora Cultrix - São Paulo
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